SE FOR PARA MOSTRAR,MOSTRE TUDO!

     

Quando se passou o quê?  Sei lá deveria estar com as minhas paredes de contenção das emoções descontroladas, derrubadas, tijolos por tijolos espicaçados, esfacelados e aos monturos, caídos no solo cáustico da sua implacável forma de punir e sempre a mesma, ou seja, isolando-me como um vírus fatal do Ebola. Isolamento sufocante que deixa sem ar os pulmões do bom senso,asfixia intolerável,momentos de verdadeiro terrorismo afetivo,forma inadequada de tratar à juízo de cada um, os erros de terceiros , os possíveis erros, ou que outro nome se dê a verdade, àquilo que atribuímos as blindagens de defesas próprias,de conveniência,de fachada,um enorme cartaz de rua onde se lê:Não incomode!
Sob forte emoção ou incontrolada fúria de reações como escapes de situações adversas, somos sim capazes de pular o muro da serenidade. A humanidade de cada um de nós é carne e osso, sangue que corre nas veias e sangue que quando esquenta, entra em ebulição e leva a inevitáveis arritmias do normal que sempre procuramos manter em equilíbrio. Infelizmente não somos feitos de bronze e muito menos de cristais.
Se nos espetam sentimos, se nos queimam ficam as marcas, escárnio sempre imerecido para quem é agredido, reação de defesa para quem agride. Quantas verdades! Socorro chamem um árbitro, procurem um ser acima destas questiúnculas diárias, talvez um daqueles iluminados guerreiros dos trezentos de Esparta que deram suas vidas pela defesa, também de todo o seu povo contra o arrogante e destruidor exercito incomensuravelmente, maior do implacável rei Xerxes, meio macho, meio esquisitão, meio maricas, na covarde e desigual da batalha das Termópilas.
Mas que possa julgar com retidão, diferentemente do fracote, e covarde Poncio Pilatos que lavou as mãos pela indecisão que viria semear a terra do sangue inocente de Cristo.
Se puder sugerir, pode chamar Salomão cuja sabedoria aparece na história dos filhos das duas prostitutas que vieram até ele exigindo, ambas, a guarda de uma criança. Uma delas disse que a outra havia dormido em cima de seu verdadeiro filho, matando-o. Ela então trocou as crianças enquanto a outra dormia com seu bebê saudável. Entretanto as duas diziam ser a mãe do bebê. Salomão mandou que trouxessem uma espada para cortar ao meio a criança viva e dar uma metade para cada mulher. A falsa mãe deu ficou indiferente, mas a verdadeira desesperou-se. Salomão então deu o bebê à mulher que nutria verdadeiro amor pelo filho: A desesperada!
Quero minha verdadeira mãe da justiça que não divulgue apenas minhas fraquezas ao tornar público para o júri da parentela dos familiares próximos, somente meus momentos de surtos destrutivos.
Diga o que construímos também, juntos ou separadamente.
Podem não ter sido obras tão suntuosas, como encontramos em Dubai, nos Emirados árabes, como o prédio Burj Khalifa, o mais alto do mundo com oitocentos e vinte e oito metros de altura e cento e sessenta impecáveis e luxuosos andares.
Podem não ter sido obras tão suntuosas como as sete e conhecidas maravilhas do mundo antigo e, com certeza, não tenhamos tentado voar tão alto, isolados ou juntos, como o fez Ícaro cujo sol era o limite, porém, de minha parte queria que todos vissem também que, com algum esforço fui capaz de fazer você feliz, ao meu modo, como podia.
Ao mostrar ao respeitável público a pior parte de mim, fiquei incompleto.
E isto que ficou encoberto, foi o mais perverso eclipse solar afetivo da minha vida.

4 comentários:

  1. Tão verdadeiro, Paulo:
    "Quero minha verdadeira mãe da Justiça que não divulgue apenas minhas fraquezas ao tornar público para o júri da parentela dos familiares próximos, somente meus momentos de surtos destrutivos."
    Viramos um buraco negro da existência...
    Excelente domingo, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  2. Julgar qualidades e/ou defeitos é virtude de poucos, muito poucos. Termos a sensibilidades de nossos acertos e erros é questão de sabedoria, dignidade e transparência. Valores em desuso, hoje infelizmente. Sermos íntegros e completos, eis a questão. Sou / Somos - que nos aceitem; assim como os aceitamos.
    Abraço.

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    1. CÉLIA RANGEL,

      você conseguiu sintetizar o que levei muitos parágrafos para tentar exprimir.

      Sempre aprendendo com você.

      Um abração carioca.

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